Ecléa e Elvira

Na última segunda-feira, dia 10, perdemos duas mulheres importantes para o meio intelectual e cultural do Brasil: a professora Ecléa Bosi e a escritora, tradutora e artista plástica Elvira Vigna. 

Professora emérita do Instituto de Psicologia (IP) da USP, Ecléa Bosi dedicou sua carreira acadêmica à psicologia social, conquistando diversos prêmios e reconhecimentos por sua dedicação ao estudo sobre memória e sociedade, como o Prêmio Internacional Ars Latina, em 2009. Entre seus principais livros, estão Memória e sociedade (1994), um ensaio polifônico sobre a memória e suas relações com a vida dos imigrantes e operários da cidade de São Paulo, elaborado a partir de depoimentos de pessoas idosas, e Velhos amigos (2003), onde reuniu histórias delicadas e envolventes, nascidas das lembranças de velhos amigos. 

Uma das principais e mais reconhecidas autoras brasileiras da atualidade, Elvira Vigna ganhou o prêmio APCA de melhor romance de 2016 com seu último livro, Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, um impactante jogo literário que trata de relacionamentos, imaginação e narrativa, temas constantes de sua obra. Com o romance Nada a dizerrecebeu o prêmio "ficção" da Academia Brasileira de Letras. Autora de diversos títulos como Por escrito e O que deu para fazer em matéria de história de amor, seu primeiro livro lançado pela Companhia das Letras foi O assassinato de bebê Martêem 1997. Elvira Vigna foi diagnosticada com um carcinoma micropapilar invasivo em 2012, e desde então publicou sete livros, mantendo sua obra sempre ativa. 

A Companhia das Letras tem muito a agradecer a estas autoras, que fizeram tanto pela memória e pela literatura. Aos familiares e amigos de Ecléa Bosi e Elvira Vigna, enviamos nossos profundos sentimentos. 

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